Em articulação com o 5-N Antiespecista Madrid, o Movimento pela Abolição dos Matadouros (MAM-Portugal) co-organizará uma concentração no dia 5 de Novembro de 2016, às 15h, no Rossio, emLisboa. Esta acção visa concentrar esforços para visibilizar o especismo enquanto sustentáculo de um regime violentamente hierárquico e para erradicar as suas múltiplas vertentes (e.g., alimentação, vestuário, experimentação e entretenimento). Procura ainda contribuir para o fortalecimento no contexto ibérico de sinergias políticas, do trabalho colaborativo e das lutas interseccionais pela libertação animal.
O MAM-Portugal lança, assim, um apelo a todxs xs activistas, colectivos e associações que têm vindo a combater e a denunciar a violência especista para participarem no 5-N Anti-Especista Lisboa.
Manifesto 5-N Anti-Especista Lisboa & Madrid:
No próximo dia 5 de Novembro, sairemos à rua para visibilizar e denunciar a exploração e o enclausuramento a que milhões de animais não-humanxs estão submetidxs. Não podemos continuar a ignorar o sofrimento que a nossa sociedade lhes provoca como se não fossem seres merecedorxs de respeito e liberdade.
São muitas as situações em que xs animais não-humanxs se encontram subjugadxs.
Em nome da (pseudo-)tradição e da cultura, diferentes espécies de animais não-humanxs são utilizadas em práticas abjectas como a tourada e a garraiada, nas quais estxs são sujeitxs a contextos de abuso, tortura e humilhação.
Os circos, os zoos e os aquários, sob o pretexto de entretenimento, escondem uma prisão cujo único fim é obter benefício económico através da escravização dxs animais não-humanxs, justificada com várias mentiras (e.g., conservação, educação, diversão, etc.). Na nossa memória, permanecem nomes como Nova, Inky, Arturo, Daya, Tilikum, Sampal e tantas outrxs que continuam enclausuradxs ou que morreram naquele tipo de instalações.
Há muitxs mais animais que nem sequer têm nome – xs que são enclausuradxs, torturadxs e assassinadxs em explorações para o consumo humano, forçadxs a reproduzirem-se para que se possa utilizar os seus corpos, comer os seus ovos e beber o seu leite. E não se retira benefício apenas das suas vidas como também das suas mortes: arrancando-se-lhes a pele e o pêlo faz-se vestuário para satisfazer a procura humana.
Outrxs são meros objectos de compra, venda, abandono, vistxs como se de desperdício ou mercadorias se tratassem e que, em alguns casos, acabam confinadxs a jaulas e a aquários, afastadxs do seu habitat natural. Há também animais enclausuradxs com o objectivo de se experimentar nos seus corpos para fins científico-educativos e comerciais, assim como para se produzir cosméticos, medicamentos, produtos de limpeza, armas químicas e outras “comodidades”. Algumas espécies – como as pombas, os insectos e as ratazanas – são exterminadas porque são consideradas pragas ou simplesmente porque ocupam o espaço que é suposto pertencer axs humanxs.
Todo este sistema de opressão é sustentado pelo ESPECISMO, isto é, o sistema de crenças que nos leva a manter uma hierarquia segundo a qual há espécies que devem exercer domínio sobre as outras, sendo que a humana deve dominar todas as demais.
Neste sentido, resta-nos dar a conhecer esta realidade, consciencializar para estas situações e fomentar outro tipo de relações e comportamentos entre nós e também com o que nos rodeia. É através da luta quotidiana que fazemos história e derrotamos as situações de injustiça e opressão.
Todxs somos animais e merecemos respeito e liberdade independentemente das nossas características físicas, capacidades, origem, idade, identidade cultural ou étnica, identidade sexual ou de género, espécie. Xs animais não-humanxs vivem por e para si mesmxs, para satisfazer as suas necessidades e desejos próprios, não estão aqui para a conveniência do uso humano.
Todas as opressões estão interligadas e têm nexos em comum. Não faz sentido discriminar umxs seres e defender outrxs. É incompatível sustentar um discurso anti-especista e simultaneamente acolher pessoas ou grupos com posturas fascistas, sionistas, machistas, homofóbicas, xenófobas, transfóbicas, etc. O especismo não é separável das demais discriminações e opressões existentes na nossa sociedade.
Cada vez existem mais pessoas a tomar consciência desta realidade. Cada vez mais tomamos como urgente o caminho de reagir e actuar contra esta injustiça, não só deixando de apoiar o consumo animal e aplicando esta lógica ao nosso quotidiano, mas também através de um compromisso acérrimo com o activismo pela libertação das outras espécies.
Além disso, não podemos esquecer-nos dxs companheirxs humanxs que participando nesta luta foram e são vítimxs de represálias/multas, se debatem com processos judiciais ou, inclusive, perderam a sua liberdade. A elite política cria leis (repressivas) para paralisar a luta e prejudicar xs animais não-humanxs, xs juízxs ditam as sentenças e a polícia leva-as a cabo, o que demonstra que nunca poderão estar do lado dxs animais não-humanxs.
Não cremos em leis que nos impõem formas de pensar e actuar. Entendemos que a liberdade dxs demais animais implica rejeitar conscientemente a injustiça e acolher um posicionamento político que envolva as nossas vidas e não dependa do medo social incutido por penas ou proibições. Rejeitamos a política institucional, imposta por umxs poucxs através de pactos e reformas.
Xs animais não-humanxs devem ser livres e, portanto, posicionamo-nos do lado de quem empreende esta luta. Não podemos esquecer-nos dxs companheirxs que arriscaram a sua própria liberdade para que outrxs indivíduxs pudessem recuperar a sua; agora são elxs que estão enclausuradxs, pelo que temos de apoiá-lxs e dar a conhecer as suas histórias. É necessário criar uma comunidade de luta que não esqueça xs suxs presxs políticxs. De igual modo, é importante recordarmos todxs aquelxs que ao longo da história do movimento pela libertação animal perderam as suas vidas em protestos, temos de recordá-lxs para preservar vivas as suas acções e lutas.
Esta é uma realidade que não pode persistir e continuar a agravar-se. Por isso, convidamos todas as pessoas que estejam a consciencializar-se e a questionar a sua posição e papel neste sistema, assim como todas aquelas que já se dediquem a combater o enclausuramento, a exploração e o assassinato dxs animais não-humanxs a participar no 5-N Anti-Especista Lisboa.
Porque é necessário acabar com a opressão dxs demais animais.
Porque todas as formas de opressão estão relacionadas e nos opomos a elas a partir de uma perspectiva global.
Porque lutar pela liberdade dxs demais animais é uma consequência lógica de nos posicionarmos contra todas as formas de injustiça.
Porque a luta anti-especista está a crescer e queremos que cresça ainda mais. Consegui-lo-emos com esforço, criatividade, compromisso e constância.
Contactos:
5-N Antiespecista Madrid:
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5denoviembreantiespecista.org
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